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Rocket Lab vai financiar uma missão para procurar vida nas nuvens de Vênus

Certamente chamarará a atenção de cientístas, da NASA e de outros interessados ​​no que seria uma nova era promissora de exploração mais rápida e de baixo custo do Sistema Solar.


Impressão de um artista da missão proposta do Rocket Lab para Vênus.



Nunca deixe ser dito que o fundador do Rocket Lab, Peter Beck, não tem uma veia extravagante.


Embora seu veículo de lançamento Electron seja um dos menores foguetes orbitais do mundo, Beck obtém todo o desempenho do booster que pode. Apenas no segundo lançamento do foguete, em janeiro de 2018, ele adicionou uma esfera geodésica semelhante a uma bola de discoteca chamada "Estrela da Humanidade" para dar aos humanos um objeto pequeno e brilhante para, ainda que brevemente, contemplar no céu noturno.


“O objetivo do programa era fazer com que todos olhassem para as estrelas, mas também passem das estrela para o Universo, e reflitissem sobre o fato de que somos uma espécie, em um planeta único”, disse ele na época.


Em entrevistas desde então, Beck não escondeu seu amor pelo mundo mais próximo da humanidade, Vênus. A superfície infernal desse planeta é um miasma de dióxido de carbono, pressões esmagadoras e temperaturas de fogo. Mas os cientistas acreditam que bem acima dessa superfície terrível, nas nuvens de Vênus, existem pressões de ar não muito diferentes das encontradas na Terra, onde as condições podem ser propícias para algumas formas de vida.


Sendo assim Peter Beck quer usar seu pequeno e estiloso foguete Electron, que tem apenas 18 metros de altura e capacidade de até 300 kg na órbita baixa da Terra, para descobrir.


Foguete Electron da Rocket LAb


Vênus, a Missão


Na noite de terça-feira, o Rocket Lab anunciou que financiará o desenvolvimento de uma pequena espaçonave e seu lançamento, que enviará uma pequena sonda voando pelas nuvens de Vênus por cerca de 5 minutos, a uma altitude de 48 a 60 km. Beck juntou-se a vários cientistas planetários notáveis, incluindo a professora do Massachusetts Institute of Technology Sara Seager, para projetar esta missão.


A Electron levará a espaçonave a uma órbita de 165 km acima da Terra, onde o estágio superior do foguete (Photon) realizará uma série de queimas para elevar a órbita da espaçonave e atingir a velocidade de escape. Assumindo um lançamento em maio de 2023, a espaçonave chegaria a Vênus em outubro de 2023. Uma vez lá, o Photon implantaria uma pequena sonda de aproximadamente 20 kg na atmosfera venusiana.


A espaçonave será minúscula, como as sondas do espaço profundo, contendo uma carga científica de 1 kg consistindo de um nefelômetro autofluorescente, que é um instrumento para detectar partículas suspensas nas nuvens. O objetivo é procurar produtos químicos orgânicos nas nuvens e explorar sua habitabilidade. A sonda passará cerca de 5 minutos e 30 segundos caindo na atmosfera superior e, em seguida, continuará transmitindo dados à medida que desce em direção à superfície.


“A missão é a primeira oportunidade de pesquisar diretamente as partículas da nuvem de Vênus em quase quatro décadas”, afirma um artigo, publicado esta semana, descrevendo a arquitetura da missão. "Mesmo com as restrições de massa e taxa de dados e o tempo limitado na atmosfera de Vênus, a ciência inovadora é possível."



Foguetes menores, missões mais baratas


Nos últimos anos, cientistas e engenheiros da NASA, assim como da academia e da indústria, têm buscado a miniaturização da tecnologia de satélites e a profusão de foguetes menores e mais baratos, para ampliar as possibilidades de exploração robótica do Sistema Solar. A NASA alcançou um marco significativo em 2018, quando um par de CubeSats construídos pela agência espacial foi lançado junto com a missão InSight. No espaço, os pequenos satélites MarCO-A e MarCO-B implantaram seus próprios painéis solares, estabilizaram-se, giraram em direção ao Sol e depois viajaram para Marte.


A Rocket Lab está atualmente financiando o lançamento e a espaçonave diretamente, o que provavelmente custaf´z algumas dezenas de milhões de dólares. "Há algum financiamento filantrópico em andamento para diferentes aspectos da missão, mas é muito cedo para discutir isso em detalhes no momento", disse Morgan Bailey, porta-voz da empresa.


Portanto, esta é uma grande aposta revolucionária de Beck em seu pequeno foguete Electron. No início deste ano, ele e sua empresa já enviaram a missão CAPSTONE à Lua para a NASA. Se Beck for bem-sucedido com uma missão a Vênus, ele certamente chamará a atenção de cientistas, da NASA e de outros interessados ​​no que seria uma nova era promissora de exploração mais rápida e de baixo custo do Sistema Solar.

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