Nova teoria revolucionária permite descobrir o que veio antes do Big Bang

O universo. A entidade que abarca tudo aquilo que hoje conhecemos, seja matéria, espaço ou mesmo tempo; mentes brilhantes ja se debruçaram sobre essa que é uma das mais fundamentais questões da existência: como tudo começou?

Comumente associamos o início do universo ao despertar da grande explosão, o Big Bang. Mas o que havia antes do Big Bang? Poderia ser respondido que não havia nada. Mas em que sentido nada? O que é nada? E por que passamos do nada para tudo?

No âmbito filosófico, questionamentos desse tipo são denominados antinomias, representando becos sem saída no pensamento humano. Mas sera mesmo?

Buscando suscitar essas questões partindo de um ponto de vista antes pouco explorado, Bruno Bento, um físico da Universidade de Liverpool, Inglaterra, realizou um estudo onde fez uso de uma nova teoria da gravidade quântica, chamada de teoria dos conjuntos causais. Na teoria dos conjuntos casuais, o espaço e o tempo são divididos em pedaços separados de espaço e tempo. É como se, em algum nível, existissem unidades básicas de espaço e tempo, de acordo com a teoria de Bento, algo análogo às unidades básicas que constituem a matéria, os férmions, fazendo parte dessa categoria particulas como prótons, elétrons e neutrons (chamados de hádrons)

Através desse método, surge então uma mudança de paradigma, fazendo com que uma nova pergunta emergisse: e se na realidade o universo sempre existiu? Em outras palavras, e se o universo nunca teve início?

“A realidade tem tantas coisas que a maioria das pessoas a associaria à ficção científica ou mesmo à fantasia”, disse Bruno Bento,em uma entrevista dada ao site Live Science, quinta-feira, 14 de outubro, 2021.

Ele e seus colegas usaram uma abordagem da teoria dos conjuntos casuais para explorar o universo primordial. Eles descobriram que o universo não teve começo ou nunca nasceu.

Sobre a teoria dos conjuntos casuais, Bendo disse: “Fiquei entusiasmado com essa teoria, que não apenas busca se tornar o mais fundamental possível - por ser uma abordagem da gravidade quântica e efetivamente repensar a noção de espaço-tempo em si - mas que também dá um papel central ao tempo e o que significa fisicamente que o tempo passa, quão físico é o seu passado e se o futuro já existe ou não ”, explicou o professor Bento.

“Uma parte importante da filosofia do todo causal é que a passagem do tempo é algo físico, que não deve ser atribuído a algum tipo de ilusão emergente ou a algo que acontece dentro de nossos cérebros que nos faz pensar que o tempo está passando. ; esta passagem é, em si mesma, uma manifestação da teoria física ”.

Segundo Bento, o universo sempre existiu até o infinito passado, mas só recentemente evoluiu para o que é chamado de Big Bang. Em outras palavras, apesar do universo ter um passado infinito, o momento no qual ocorreu o Big Bang seria considerado o início da evolução do universo tal como o conhecemos.

Em suma, de acordo com essa teoria, o que percebemos como o Big Bang pode ter sido apenas um momento particular na evolução desse conjunto causal sempre existente. O universo e o tempo nunca começaram e sempre estiveram lá. Essa teoria ainda está em estudo e precisa ser equilibrada com todo o resto, mas muitos físicos estão trabalhando nela e quem sabe que em breve não mudarei novamente nossa concepção de realidade

Muitas são as teorias que buscam expandir o nosso conhecimento sobre a realidade; assim como outras questões fundamentais e igualmente curiosas, saber o que havia antes do universo é uma dúvida da qual incansavelmente desafiou as mais brilhantes mentes da história; talvez, portanto, seja este o ponto sobre o qual nada mais podemos inferir, o ponto que em definitivo é e sempre sera nosso limite. Mas, é claro, tão inesgotável quanto o universo é nossa curiosidade por entendê-lo.